MEMÓRIA

Para marcar o 24º aniversário de nossa amada IPI, estamos reproduzindo este material que foi carinhosamente elaborado pela nossa saudosa Irmã Dona Elôisa no ano de 2007, o qual foi atualizado até os dias de hoje.


A IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE IPAUSSU

Dr. Rubens e D. Elôisa
                        Diante de tantas histórias que ouvimos desde a Reforma com Lutero e Calvino, homens e mulheres se destacaram nesta jornada, até que o Evangelho de Jesus Cristo chegasse a nós. Diante os personagens da história da IPI de Ipaussu, se destaca este abençoado casal: Dr. Rubens Barbosa Martins e D. Elôisa Costa Martins.

                     
                        Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, em 28 de maio de 1927, Dr. Rubens, desde o berço obteve, por favor, de Deus um lar configurado nos princípios cristãos. Filho do Prof. Cornélio Martins e da Profª. Alice Barbosa Martins, cresceu em um lar fundado nos princípios do Evangelho. Depois de mudar-se em 1929 para a cidade de Casa Branca aos 02 anos de idade com sua família, permaneceu ali até a conclusão do 3º ano do Curso Colegial, mudando-se para Ribeirão Preto para cursar a Faculdade de Odontologia, vindo a formar-se aos 19 de Dezembro de 1950 como cirurgião dentista. Natural de Ouro Fino-MG e nascida em 05 de Novembro de 1931, D. Elôisa Costa Martins, sua companheira pelo resto da jornada, também nasceu em um berço cristão, privilegiado pela conversão de sua mãe ao Evangelho. Dr. Rubens já residia em Ipaussu desde 1951, casaram-se em 01 de Março de 1952. D. Elôisa sempre segurou com ternura e firmeza as mãos do Dr. Rubens em sua jornada, esta, de meio século em nossa Ipaussu, que o acolheu e que foi honrosamente por ele escolhida. Desta união nasceram duas filhas: Lúcia Helena e Regina Cláudia.

O início e desenvolvimento do Trabalho
                        Logo que o casal chegou em Ipaussu, tomou contato com a Igreja Presbiteriana Independente, da qual era membro desde o seu nascimento. Como em Ipaussu naquele tempo não existia nenhum templo desta denominação, procurou pelo pastor da Igreja de Santa Cruz do Rio Pardo. Por sua devoção e entusiasmo nasceu o plano de abrir o trabalho evangélico em sua própria casa. Na ocasião houve um culto solene, com a presença de vários pastores presbiterianos, em que foi batizada a filha Lúcia Helena, no ano de 1953. Até 1956 se deu o trabalho de evangelização e os cultos na residência do casal.


                        Dispondo de um terreno doado pela Sra. Sebastiana Cunha Bueno, no centro da cidade, resolveu-se trocar o referido imóvel por uma casa antiga e espaçosa.

                         

                        Ali adaptou-se a Igreja, inaugurando seus trabalhos em 1956, como Congregação de Santa Cruz do Rio Pardo. No mesmo ano, este prédio foi demolido para a construção do templo.


      
                        Os trabalhos então se realizavam no salão onde hoje é o açougue Frasson, em frente à casa do Dr. Rubens. Os adultos permaneciam nele e as crianças e adolescentes se reuniam em duas salas da casa do Dr. Rubens.


                        Com o esforço dos membros da Igreja, o templo construído abriu suas portas no dia 23 de Janeiro de 1977, sob as bênçãos do Altíssimo. Neste dia havia vários pastores, autoridades locais e o coral de Santa Cruz do Rio Pardo.

          
            No desenvolvimento da igreja ao longo dos anos, se destacaram vários irmãos, os quais citamos:


Sr. Miguel e Sra. Amélia Sahade, o Presb. Alberto Bueno Correa e sua esposa a Sra. Irene Bueno Correa e o Sr. João Pressoto.
                        Após vários anos de lutas e evangelização na cidade, segundo nota do Estandarte de 1987, “O Presbitério de Botucatu organizou no dias 1º de Agosto de 1987 a IPI de Ipaussu, que até então era congregação da IPI de Santa Cruz do Rio Pardo, pastoreada pelo Rev. Melquisedeque Brondi. Foi orador oficial da solenidade o Rev. José Coelho Ferraz... A IPI de Ipaussu foi organizada com 40 membros comungantes. Na noite de 1º de Agosto, a comissão organizadora recebeu quatro novos membros por profissão de Fé e Batismo. O primeiro Conselho eleito era composto pelos irmãos:



Dr. Rubens Barbosa Martins, José Luiz Ferraz de Andrade e Alberto Bueno Correa. Os primeiros diáconos eleitos são os irmãos: Wilson Sahade, Sérgio Saud Sahade, Silvana Saud Sahade, Lâmia Sahade, Ivani Pazianoto, Sônia Alves Moraes, Eleni Moraes Araújo e Marilda Balliego Ferraz de Andrade. O Pastor Comissionado pelo Presbitério de Botucatu para pastorear a nova igreja foi o Rev. Ademar Rogato...”.
                        Eram membros também na época da organização as irmãs Miriam Bueno, Ana Conte, Sérgio Sahade, Jacy Pazianoto e Alzira Venezian. Após 05 meses sob o pastoreio do Rev. Ademar Rogato, a IPI de Ipaussu foi pastoreada pelo Rev. Silas de Oliveira, por 06 anos.

                        Durante quase toda a década de 90, há que se destacar o trabalho de 03 Presbíteros de nossa amada igreja: José Luiz Ferraz de Andrade, José Álvaro Sartori e Alberto Bueno Correa, que estiveram à frente dos trabalhos, em tempos de Júbilo como também em tempos difíceis, no espírito de amor a Cristo e à sua obra. Nos últimos 11 anos, juntamente com o Presb. José Sartori, destacamos o trabalho realizado pelo Presb. Osmar da Silva, oriundo de Osasco, atuando juntamente com sua esposa, diaconisa Neuza.
                        Toda a família Presbiteriana Independente e a cidade de Ipaussu sofreram com o falecimento do Dr. Rubens em 10 de Junho de 2001 e D. Elôisa em Janeiro de 2011. Uma perca substancial de um casal valoroso e fiel a Deus, incansável em sua jornada aqui em Ipaussu.
                        Atualmente a IPIIpaussu possui 57 membros, sendo pastoreada em tempo parcial pelo Rev. Silas de Souza, formando o Conselho juntamente com os Presbíteros José Álvaro Sartori, Osmar da Silva e Joselito da Silva Fragoso. O Ministério de Ação Social e Diaconia é formado pelos irmãos Neuza M. Soares da Silva, Mirian Saud Sahade, Elina Maria F. Sartori, Sérgio Saud Sahade e Daniele Figueiredo Sartori. O irmão diácono Jorge Sahade, neste ano completa 24 anos como tesoureiro de nossa igreja.
Pastores que cuidaram do rebanho:

- Pastores da Congregação de Ipaussu:
(1953 – 1987)
Rev. José Coelho Ferraz
Rev. Alcides Correa de Moraes
Rev. Antônio Alvarenga
Rev. Olívio Camilo
Rev. Mário Penha
Rev. Adão Carlos Organo
Rev. Melquisedeque Brondi

- Pastores como Igreja Organizada
(1987 até os dias atuais)
Rev. Ademar Rogato
Rev. Silas de Oliveira
Rev. Rogério César
Rev. Deosdécio
Obreiro Presbítero José Luiz Ferraz de Andrade
Rev. João Batista
Missionário Enos Murbach
Rev. Lucas de Oliveira Fornel
Pastor atual: Rev. Silas de Souza

Gostaria de encerrar este breve histórico com as palavras do autor da carta aos Hebreus 10.36-39
“Com efeito, tendes necessidades de perseverança, para que havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá, e não tardará; todavia o meu justo viverá pela fé; Se retroceder nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma”.



Para entendermos o processo de surgimento e as origens do protestantismo seguem
quatro capítulos que nos esclarecem muitas dúvidas.







Capítulo I

A REFORMA PROTESTANTE

ANTECEDENTES
Quando nos lembramos do evento “Reforma Protestante”, ocorrido em 1517, podemos cair no erro de pensarmos que todo este processo se desenrolou de uma só vez. Na verdade Lutero foi beneficiado pó vários fatores, principalmente por portas que se abriram antes dele, através de homens corajosos e destemidos. Em virtude da decadência moral e espiritual da Igreja Católica Romana, movimentos como dos Cátaros (palavra que significa “puro”), dos Albigenses, e dos Valdenses (movimento organizado por Pedro Valdo) surgiram séculos antes da Reforma. Um grande opositor da igreja romana foi John Wyclef (1320-1384), teólogo inglês que defendia os lotardos, que pregavam a vida cristã baseada exclusivamente na Bíblia. Foi adversário das indulgências assim como Lutero. Outro homem, chamado John Huss (1369-1415), tcheco, seguidor de idéias de Wyclef e reformador da Boêmia, foi excomungado em 1412 e queimado vivo por não se retratar perante o Concílio de Constança (1414). As críticas destes homens eram muito parecidas com as de Lutero e Calvino: a liberdade do cristão perante certas regras da igreja; o sacerdócio universal dos crentes; a errônea prática das indulgências; a recusa do culto aos santos, da missa, da confissão, da hierarquia e dos abusos do clero. Havia uma sede por mudanças antes mesmo da Reforma.

CONTEXTO DA REFORMA PROTESTANTE
Alguns fatores contextuais são importantes para entendermos porque a Grande Reforma veio a culminar somente no século XV.
Contexto Religioso – A posse das Escrituras Sagradas se mantinha nas mãos do Clero. O povo não tinha acesso à Bíblia e nem mesmo entendia a mensagem bíblica, pois as missas eram realizadas em latim. A venda de indulgências havia contaminado as paróquias. Toda Europa era praticamente católica romana.
Contexto Social – A Europa estava em transição: depois de viver por séculos no regime feudal, onde não havia as diferenciações de classes, nasce nesta época uma classe dentro da sociedade chamada burguesia, a classe média.
Contexto Político – A igreja e o Estado haviam de difundido em um só organismo. Um dependia totalmente do outro. Para fins políticos, se usava o nome de Deus. Para fins eclesiásticos se fazia uso da política.
Contexto Geológico – Com a descoberta das Américas, o mundo abre seus horizontes para um novo cenário político e geográfico. Neste momento dois países despontam no cenário econômico e político: Espanha e Portugal.
Contexto Cultural – Um grande movimento cultural chamado Renascimento ou Renascença, nasce na Europa, depois de vários séculos sob a “escuridão” (idade das trevas). A causa principal deste movimento foi enriquecimento da burguesia comercial em consequência dos Grandes Descobrimentos proporcionados pela evolução dos meios de navegação.

MARTINHO LUTERO


                        Todo o cenário preparado para uma revolução só depende de um estopim para explodir. Ou melhor, de uma chama próxima e um barril de pólvora. O barril era a própria Alemanha, e o chama era Lutero.
                        Martinho Lutero nasceu na cidade alemã de Eisleben, no dia 10 de Novembro de 1483. Filho de pais camponeses católicos alemães, foi alvo de disciplina rígida na infância e adolescência, como era comum, aprendendo entre outras coisas a orar aos santos, realizar boas obras e reverenciar o papa. Em 1505 recebeu grau de mestre em Artes da Universidade de Erfurt e começou a estudar direito. Pouco tempo depois de iniciar seus estudos, Lutero resolveu tornar-se monge após atribuir por obra divina o livramento de sua vida em meio à uma tempestade. Isto, sem aprovação de seu pai.
                        Tornou-se monge e entrou no mosteiro Agostiniano de Erfurt. Sua ordenação foi em 1507, em seguida, deixou o mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg. Continuando seus estudos, Lutero obteve o título de Doutor em Teologia. De 1513 a 1518, ensinou Teologia Bíblica na Universidade de Willenberg, tornando-se um homem muito conhecido.
                        Algumas coisas no âmbito da igreja incomodavam a Lutero. Ao visitar Roma em 1510 e 1511, se escandalizou com a vida imoral dos sacerdotes católicos como também das práticas realizadas pela igreja como venda de indulgências e comercialização da fé. Nesta época a igreja católica precisava levantar fundos para a construção da Basílica de São Pedro, e embelezamento do Vaticano. Um homem muito famoso, da ordem dominicana circulava pela Europa, sub-comissionário para venda de indulgências, chamado John Tetzel. Uma afirmação sua muito peculiar era: “Quando o dinheiro retine na caixinha, a alma salta do purgatório para o céu”. Como professor em Wittenberg Lutero atacava severamente a doutrina do “tesouro da igreja” e os atos de John Tetzel.
Mas Lutero convivia com um grande conflito interior: “como posso amar a Deus que pune pecadores?” Lutero não deseja simplesmente um Deus para adorar, mas buscava conhecer um Deus que pudesse amá-lo. E em constante busca por respostas nas Escrituras, pois era muito estudioso, seus olhos foram abertos pela premissa Bíblica: “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17 e Ef 2.8). Não são as nossas obras que nos justificam diante de Deus, e isto trouxe alento ao coração de Lutero e um desejo maior de buscar o amor deste Deus.
                        Então, em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittenberg as 95 teses que escreveu contra as práticas da Igreja Católica.

 Com esta publicação Lutero não pretendia nada mais do que esclarecimento teológico de questões doutrinárias como as indulgências, infalibilidade papal, possibilidade de acesso às Escrituras por parte dos leigoses manutenção do purgatório pelo papa.
                        Seus escritos chegaram à Roma, de onde o papa Leão X publicou em 23 de Agosto de 1518 um breve dirigido, convocando Lutero que se retratasse. O príncipe da Saxônia, Frederico o Sábio, interveio e insistiu para que a audiência de Lutero fosse realizada em solo alemão. Uma dieta (a Dieta de Worms) imperial foi realizada na cidade de Augsburg em 1518, e Lutero se recusou a mudar de opinião. Temendo ser preso, fugiu de Augsburg. As idéias de Lutero encontraram adeptos em todas as regiões da Alemanha. A resposta do papa à situação foi uma bula (ordem papal), ameaçando Lutero de excomunhão, caso não se retratasse. Em protesto, Lutero queimou a bula publicamente, e foi excomungado em Janeiro de 1521. Em Junho de 1525, casou com Catarina de Bora, uma ex-freira, tiveram 06 filhos e adotaram 11 órfãos.
                        Em pouco tempo, toda a Alemanha e grande parte da Europa abraçaria o movimento de reforma. Países como Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, Escócia, Inglaterra, Irlanda não seriam mais os mesmos.


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E TEOLOGIA DE LUTERO

Justificação pela Fé (Rm 1.17 e Ef 2.8)

Sacerdócio Universal dos crentes (I Pe 2.9)

Pilares da Reforma Protestante:   - Sola Gratia (Somente a Graça)
                                                     - Sola Fidei (Somente a Fé)
                                                     - Sola Scriptura (Somente a Escritura)


Capítulo II


JOÃO CALVINO


                        Calvino nasceu na cidade de Noyon na França no ano de 1509 quando Lutero já tinha 26 anos e já havia começado a divulgar seu inconformismo com o distanciamento da Igreja com o ensino e a prática bíblica, portanto, Calvino faz parte da segunda geração de reformadores. O Pai de Calvino, Gerard Cauvin, pertencia a classe média da cidade trabalhando como secretário do bispo e procurador da biblioteca da catedral, e usando essas relações procurou para seu filho João, os benefícios eclesiásticos com os quais custeasse seus estudos. Com esses recursos foi estudar em Paris onde em 1529 obteve o grau de Mestre em Artes; em 1532 forma-se em Direito. Depois de aprender a ler, escrever e pensar em Latim aperfeiçoa-se no Grego e no Hebraico sendo que neste ano publica o seu primeiro livro “Comentário ao Tratado de Sêneca sobre a Clemência”. Durante o tempo que esteve em Paris havia grande discussão teológica entre os acadêmicos o que levou a conhecer de perto as doutrinas de Wyclif, Huss e Lutero, porém segundo suas próprias palavras “estava obstinadamente atado às superstições do papado”.
                        Não se sabe ao certo o que levou Calvino a abandonar a fé romana, mas ao que parece o contato com o circulo de humanistas e o frequente estudo das escrituras, o levaram a convicção de que teria de abandonar a fé romana e seguir o caminho dos protestantes. Ocorre que seus estudos e sustento eram mantidos pelos benefícios eclesiásticos que seu pai lhe conseguira, assim para não lutar contra sua fé e consciência retornou a sua cidade natal em 1534 e renunciou a estes benefícios; exatamente no mesmo ano em que a tolerância com os protestantes foi deixada de lado e Francisco I passou a perseguí-los. Ele então segue para o exílio na cidade de Basiléia.
                        Calvino sentia o desejo de dedicar-se ao estudo e a liturgia, não lhe passava pela cabeça ser líder da Reforma. Então se propôs a escrever um breve resumo da fé cristã do ponto de vista protestante, a esse manual deu o título de Institutas da Religião Cristã, a primeira edição surgiu em Basiléia no ano de 1536 com 516 páginas. O livro compunha-se de apenas seis capítulos: os quatros primeiros tratavam sobre a Lei, o Credo, o Pai Nosso e os Sacramentos. Os dois últimos, mais polêmicos, resumiam a posição protestante com respeito aos “falsos sacramentos” romanos e a liberdade cristã. O êxito dessa obra foi imediato e por estar escrito em latim era acessível a leitores das mais diversas nacionalidades. Calvino tinha apenas 25 anos de idade.
                        Com o passar do tempo resolveu fazer uma visita à França, e dali depois para Estrasburgo com o fim de fixar residência, pois ali a causa reformadora havia triunfado e havia também grande atividade teológica e literária o que lhe parecia ser um ótimo ambiente para o seu trabalho. Ocorre que o trajeto estava impedido em virtude de uma guerra, por isso foi obrigado a desviar o caminho passando pela cidade de Genebra na Suíça. Nesta cidade havia sido iniciado um trabalho protestante com missionários vindos da cidade de Berna que estavam enfrentando muitas dificuldades. Ao saber que Calvino estava na cidade, Guilherme Farel, chefe dos missionários foi falar com ele com objetivo de fazê-lo permanecer na cidade e ajudar no trabalho que estavam desenvolvendo. Mas como vimos anteriormente, o que Calvino queria era um lugar tranquilo onde pudesse estudar e escrever seus livros. Farel, por mais que insistisse não conseguia demovê-lo do seu intento, então em dado momento tendo um ataque de fúria disse a Calvino “Deus amaldiçoe teu descanso e a tranquilidade que busca para estudar, se diante de uma necessidade tão grande te retiras, e te negas a prestar socorro e ajuda”.Calvino foi incomodado com isso, diz ele: “essas palavras me espantaram e me quebrantaram, e desisti da viagem que tinha empreendido”. Assim começou a carreira de João Calvino como reformador de Genebra.
                        O conhecimento da jurisprudência, a habilidade teológica, mais o seu zelo reformador logo fizeram dele o personagem central da vida religiosa da cidade. Ele impôs então uma rígida disciplina na cidade seguindo princípios protestantes. Só que nem todos estavam com o desejo de serem tão protestantes assim. Como Calvino não abria mão de seus princípios, acabou sendo expulso de Genebra, e ele viu nisso uma porta que o céu lhe abria para poder finalmente fazer o que ele mais queria que era estudar e escrever. Então foi embora juntamente com Farel para Estrasburgo. Lá liderou um grande contingente de franceses exilados por motivos religiosos, carentes de direção pastoral. Quando traduziu  para o francês vários salmos e hinos para que fossem cantados pelos exilados. Aí também produziu a segunda edição das Institutas e também se casou com uma viúva, Idelette de Bure com quem conviveu até que a morte a levou em 1549.
                        Nesse meio espaço de tempo a cidade de Genebra passava por dificuldades, e Calvino além de amar aquela Igreja sentia-se responsável por ela, e quando foi convidado pelo governo a retornar, não pensou duas vezes e novamente ficou responsável pela obra reformadora em Genebra. Em 1559 Calvino viu cumprir-se um de seus sonhos, ao ser fundada a Academia de Genebra sob a direção de Teodoro de Beza que depois sucedeu Calvino como chefe religioso da cidade. Naquela academia se formou a juventude genebrina segundo os princípios Calvinistas. Porém seu principal impacto se deve a que nela cursaram estudos superiores pessoas procedentes de vários outros países, que depois levaram o Calvinismos com eles.
                        Em 1559 foi publicada a última edição da Instituição da Religião Cristã (As Institutas), agora dividida em 04 livros, com oitenta capítulos. Neste ano, além da fundação da Academia, sob a inspiração de Calvino é organizado o primeiro Sínodo Nacional com onze igrejas. Em Fevereiro de 1564, ele faz sua última conferência na Academia, e na catedral de São Pedro, seu último sermão. Morre no dia 27 de maio deste ano com 55 anos incompletos. Depois do Consenso de Zurich em 1580 os Calvinistas passaram a receber o nome de ‘reformados’, e em parte devido a Academia de Genebra e em parte às institutas, a influência de Calvino se fez sentir em diversas partes da Europa, surgindo igrejas na Holanda, Escócia, Hungria, França, etc... que por seguirem as doutrinas do reformador ficaram conhecidas como “reformadas ou calvinistas”.
                        O grande historiador Guizot disse sobre ele: “Ardente na fé, poro nos motivos, austero na vida e poderoso nas obras, Calvino é um daqueles que merecem grande fama”.

Princípios Escritos e Doutrinas de João Calvino

- Depravação Total do ser humano
- Eleição Incondicional
- Expiação Limitada
- Graça Irresistível
- Perseverança dos Santos

Mas o tema teológico no qual Calvino se destacou era a Soberania de Deus


Capítulo III

O PRESBITERIANISMO


                        Já falamos anteriormente sobre os grandes movimentos da Reforma Protestante, seus principais líderes, Martinho Lutero e João Calvino e a influência que exerceram em toda a Europa através de seus atos e escritos. Mas para se entender melhor a origem dos presbiterianos, é necessário traçar primeiro a projeção da Reforma na Inglaterra. O descontentamento com a Igreja Romana na Inglaterra já vinha de bastante tempo. São exemplos os movimentos de oposição à Igreja Católica Romana como o de Wyclef e outros. Entre os motivos religiosos estavam também os de ordem política. Nesse clima de lutas religiosas e políticas em torno da Reforma é que surgem os presbiterianos na Escócia.

John Knox
                        O ramo escocês da igreja Católica, na entrada do século XVI, era um dos mais corruptos da Europa e em 1557 estourou uma revolta de cunho político que, em dois anos, espalhou-se por todo o reino. A Escócia havia se aliada à França, grande inimiga da Inglaterra. Falta de um rei capaz na Escócia determinara que muitas regiões fossem controladas por chefias fortes. Por isso havia intermináveis batalhas entre estas facções e os exércitos franceses e escoceses. Nesse ínterim, o homem que estabeleceria a Reforma na Escócia preparava-se para sua tarefa. John Knox (1513-1572) era um homem corajoso, ríspido até às vezes que a ninguém temia, exceto a Deus. Foi discípulo de George Wishart, o primeiro pregador reformado na Escócia, e pregava aos soldados protestantes em um acampamento até ser capturado pelo exército francês. Ficou 19 meses nas galés de uma embarcação até ser liberto, quando fugiu para Frankfurt e aprendeu sobre os escritos de Calvino. Retornou à Escócia como um grande pregador. Muitos problemas políticos entre Escócia, França e Inglaterra ocorriam neste tempo.
                        Mas a obras de Reforma de Knox já havia se iniciado, até que, em 1560 por sua ordem, pôs fim ao domínio do papa sobre a Escócia, declarou ilegal a missa e revogou todos os decretos contra os hereges. A igreja escocesa também se organizou em presbitério, sínodo e uma assembléia nacional com o sistema representativo (presbiteriano), semelhante ao uso em Genebra estabelecido por Calvino. Como a classe média mantinha o controle político, o sistema presbiteriano de governo e teologia Calvinista foi logo adotado pelo povo escocês. John Knox ficou conhecido na história por ser um homem valente e destemido, mas também por sua famosa frase “Senhor, dá-me a Escócia ou morro”.
                       
O Puritanismo
                        A reforma percorreu toda uma trajetória geológica e histórica até chegar ao Brasil, sendo que já vestia uma nova roupagem chamada “presbiterianismo” com John Knox na Escócia. Mas o presbiterianismo brasileiro tem suas origens mais remotas no Puritanismo surgido na Inglaterra, por motivos religiosos quando os ingleses emigraram para a América do Norte no século XIX. Este movimento nascido dentro de muitas igrejas (presbiterianas, batistas, metodistas) procurava uma nova forma de viver segundo a fé, e seguindo a fé reformada Calvinista. Isto surgiu em função de um descontentamento para com as mudanças ocorridas na igreja “reformada” da Inglaterra, que foi adepta das idéias de Calvino e Lutero, mas com resquícios do antigo catolicismo romano (junção com o Estado, autoritarismo, vestes clericais, sacerdócio ocioso e entregue ao luxo). Em suma, os Puritanos desejavam a purificação da igreja, e por volta de 1560 receberam este nome. Passaram a formar novas igrejas e independentes, com a busca da piedade pessoal, conduta moral irrepreensível, condenação de todo prazer mundano, democracia, racionalização da vida permeada por grande fervor bíblico.
                        Perseguidos pela igreja da Inglaterra, os puritanos emigraram para a América do Norte com o profundo desejo de formar uma nova nação com estes princípios. Isto preparou o espírito da revolta contra a Inglaterra no século XVIII, que resultou na formação dos Estados Unidos da América.

Ashbel Green Simonton – o primeiro missionário


                        Nos Estados Unidos, as igrejas Reformadas, que eram maioria absoluta, se dividiam em 2 grupos: os Presbiterianos e os Congregacionais. Com o fervor missionário promovido por muitos movimentos avivalistas surgidos na América do Norte, por meio de uma pregação desafiadora do pastor Charles Dodge em 1855e, após estudar no Seminário de Princeton, Ashbel Green Simonton (1833-1567) chegou ao Rio de Janeiro em 12 de Agosto de 1859, enviado pelo Board of Foreign Missions (Juntas de missões Estrangeiras).
                        Muitos missionários protestantes chegaram em terras brasileiras antes de Simonton, até mesmo aqueles calvinistas franceses Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil e Pierre Bourdon que foram mortos em 1560. Até mesmo pastores presbiterianos estiveram no Brasil por volta de 1851.
                        Mas a implantação definitiva do presbiterianismo no Brasil se deu através da chegada da missão Board, por meio de Ashbel G. Simonton, em 12 de Agosto de 1859. Esta data é mais um marco simbólico porque, de fato, a primeira Igreja Presbiteriana no Brasil foi organizada em Janeiro de 1862, na capital do Império (Rio de Janeiro), com arrolamento de 3 conversões. Simonton se revelou além de pregador notável e incansável, um grande empreendedor, pois logo fundou o primeiro jornal evangélico brasileiro, a Imprensa Evangélica em 1864, e criou também o primeiro presbitério. Presbitério do Rio de Janeiro como também o primeiro Seminário em 1867. Infelizmente a profícua jornada de Simonton no Brasil foi interrompida precocemente, nesse mesmo ano, com sua morte aos 34 anos de idade. Sua amada esposa Helen Murdoch Simonton, faleceu em terras brasileiras em 28 de Junho de 1864.
                        Consagrado ao ministério em 06 de maio de 1855, Simonton escreveu em seu diário:
Deus de Sua parte promete ser meu Deus, nunca deixar-me nem abandonar-me, ser uma constante ajuda em todo o tempo de provação, pois de Seu Filho para que eu de graça tenha tudo e possa, pela promessa do Espírito Santo, cumprir esta aliança servindo-O na Terra; e finalmente, na hora da morte, me dará a vitória sobre o pecado e o túmulo, e me receberá em Sua presença para que eu possa vê-Lo tal como Ele é”.


CAPÍTULO IV

O Presbiterianismo no Brasil – Nascimento da IPIB

                        Os primeiros reformadores chegaram ao Brasil com o apoio de Villegaignon, militar da marinha francesa que pretendia fundar aqui a chamada França Antártica. Vieram os missionários em 1557, dois anos após a chegada da primeira expedição, esses missionários realizaram o primeiro culto protestante no Brasil em 07/03/1557 e o texto pregado foi Salmo 27:4. Alguns destes pastores e missionários foram levados ao martírio sendo que um deles Jacques de Bealleurs foi supliciado por intervenção direta do padre José de Anchieta. Esse fato ficou conhecido na história como a “Tragédia da Guanabara”. Outra tentativa dos reformadores foi no Nordeste, desta vez com a invasão holandesa; estas forças permaneceram por aqui durante 24 anos, até serem expulsos pelos portugueses em 26/01/1654. Depois disso vieram para cá missionários metodistas (1835) e congregacionalistas (1855).
                        A implantação definitiva do Presbiterianismo do Brasil, deu-se com a chegada do missionário da Junta de Missões (Board) de Nova Yorque da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, Ashbel Green Simonton em 12/08/1859, então com 26 anos de idade. Depois vieram os Revs. Alexandre Blackford e Francis Shineider. Exatamente 17 meses depois da chegada de Simonton foi organizada a primeira Igreja Presbiteriana no Brasil em 12/01/1862 no Rio de Janeiro. Depois o Rev. Blackford veio para São Paulo em 05 de Julho de 1865 foi organizada a Igreja Presbiteriana aqui na rua São José, hoje Libero Badaró. O primeiro pastor brasileiro ordenado aqui foi o ex-padre José Manoel da Conceição em 1865.
                        O trabalho dos missionários americanos progrediu, organizaram Igrejas onde logo começaram a surgir lideranças nacionais, das quais muitas se tornaram pastores. Esses pastores chamados de os nacionais começaram a sonhar com uma igreja brasileira mais autônoma, uma vez que até então o trabalho era sustentado basicamente com dinheiro americano e os pastores e missionários que de lá vieram não abriam espaço para que os nacionais pusessem em prática suas idéias e isto foi com o tempo criando dificuldades no relacionamento. O expoente dessa liderança foi o Rev. Eduardo Carlos Pereira. Ele nasceu na cidade de Caldas-MG em 08/11/1855. Seu desejo era estudar na Academia de Direito de São Paulo, para onde veio em 1874 já como professor de Latim e Português. Aos 19 anos em 1875 professou sua fé perante o Rev. Chamberlain e começou a lecionar na Escola Americana. Chamberlain vendo os dotes excepcionais do jovem Eduardo conseguiu demovê-lo a abandonar o curso de Direito e encaminhar-se para o ministério. Após quatro anos de estudos com certas dificuldades, pois teve apenas dois professores, o jovem Eduardo foi licenciado em 01/09/1880 pelo Presbitério do Rio de Janeiro, já no ano seguinte foi ordenado continuando a cuidar das igrejas que já estavam sob sua responsabilidade: Cruzeiro, Cachoeira, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Rezende. Interessante que o pastor que presidiu sua ordenação Rev. Antonio Bandeira Trajano era também matemático, autor de livros sobre Aritmética e Álgebra. Diz um historiador que era o matemático ordenando o gramático uma vez que o Rev. Eduardo além de professor de Português foi autor de livros de gramática portuguesa. Em 1822 foi designado para o campo de Campanha-MG que abrangia Campanha, São Gonçalo, Cana Verde, Lavras, Cabo Verde, Alfenas, Contendas, Três Corações, Lambari, Cambuquira, Itajubá, Rio Verde, São Lourenço e outras localidades. Nesse período com menos de 30 anos de idade o Rev. Eduardo começou a por em andamento seu ideal de tornar a evangelização do Brasil auto-sustentável. Seu trabalho alcançou vulto de tal maneira que em 22/08/1888 foi realizada uma assembléia na Igreja Presbiteriana de São Paulo presidida pelo missionário Rev. D. C. Mc Larem onde o Rev. Eduardo foi eleito com 58 votos dos 73 possíveis. Essa Igreja fazia questão dela mesmo sustentar o seu pastor nacional, pois até ali todos os seus pastores tinham sido americanos. Rev. Eduardo permaneceu nela até sua morte em 1923. Com esta igreja ele desenvolveu sua luta pela emancipação efetiva do presbiterianismo brasileiro.
                        Os missionários americanos não se aperceberam que a igreja tinha se desenvolvido a ponto de caminhar sem a tutela americana, desejava ser uma igreja brasileira dirigida pelos brasileiros para os brasileiros. Alguns fatos foram levando a igreja a uma divisão que não era de início desejada.

CAUSAS DA DIVISÃO – GERAIS: Proclamação da República, Abolição da Escravatura, Autoritarismo resultante de um complexo de superioridade étnico dos americanos frente aos brasileiros.
CAUSAS DA DIVISÃO – ESPECÍFICAS: Questão Missionária (Os nacionais queriam participar diretamente na direção da Igreja), Questão da Educação (Ensino Sistemático dos filhos da Igreja pela Igreja e para a Igreja), Questão Maçônica (Declaração de incompatibilidade do evangelho com a maçonaria). Esses temas começaram a fermentar em 1899 e foram desembocar na reunião do Sínodo em “Plataforma”, onde se discutia os pontos críticos a serem decididos e de que dependiam a soberania e o desenvolvimento da igreja nacional.
                       
                        Eis os pontos da “Plataforma” do grupo do Rev. Eduardo: 1 – Independência absoluta, ou soberania espiritual da Igreja Presbiteriana do Brasil, 2 – Desligamento dos missionários dos Presbitérios nacionais, 3 – Declaração oficial da incompatibilidade da maçonaria com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, 4 – Conversão das Missões Nacionais em Missões Presbiteriais, ou autonomia dos presbitérios na evangelização de seus territórios, 5 – Ensino dos filhos da Igreja pela Igreja e para a Igreja. A Questão maçônica tomou conta das discussões, a chamada “Plataforma” foi rejeitada. Diz um historiador da Igreja que a maçonaria funcionou com um vírus num organismo doente, não era tão importante mas, oportunista, fez estragos. Diante da situação insustentável o Rev. Eduardo pede a palavra pela última vez e se dirige assim ao Sínodo: “Irmãos missionários, permite-me dirigir-vos cordial despedida. Procurei: um plano de cooperação entre os missionários e nacionais. Vós os não quisestes, creio que errastes; o futuro, porém, o dirá. E vós, meus patrícios, reagi quanto pude em favor do vosso prestigio moral, nada consegui. A Maçonaria causou um abismo entre vós e nós. Ela foi, porém, o instrumento e, se me permitem a expressão, a mão do gato para tirar as castanhas do fogo. Como vistes Cristo foi levantado no seio deste Concílio por uns, pregado numa cruz por outros, coroado de glória. Vós ouvireis falar de nós, nós ouviremos falar de vós, e um dia perante o Juiz nos encontraremos. Felicidades meus patrícios”. O grupo minoritário sai da reunião, havia lágrimas em ambos os lados e por volta das 23 horas daquele 31 de Julho se reúnem na Primeira Igreja Presbiteriana, à rua 24 de maio. Compunham este grupo sete ministros e quinze presbíteros, no dia 1º de Agosto o grupo se reuniu e organizou o Presbitério Independente. A este pequeno grupo logo se juntaram outros pastores e igrejas. A Igreja cresceu de maneira exponencial a ponto de ser chamada de “a igrejinha dos milagres”, os levantamentos de oferta sempre tinham seus alvos superados, demonstrando de maneira muito clara que uma igreja nacional podia sim existir sem a tutela e o dinheiro americanos. O caminho foi árduo, muitos deram o melhor de suas vidas em prol desta causa; a Igreja sofreu outros reveses durante a caminhada, mas sempre houve alguém disposto a pagar o preço. Se ofereceram e se permitiram ser usados por Deus como instrumentos em Suas mãos. O desafio esta posto agora sobre nós, recebemos uma igreja, como a passaremos aos nossos filhos? Fiel a seus princípios doutrinários, Normas Constitucionais e Símbolos de Fé? De tudo tenhamos a consciência que a Igreja pertence ao Senhor, é Ele quem realiza, é Ele quem constrói, é Ele quem dirige; somos felizes por sermos chamados a colaborar.

“Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo.” Sl. 27:4






A nossa história começou assim...

              A história de nossa igreja está diretamente ligada à chegada em nosso município do casal Dr. RUBENS BARBOSA MARTINS  e de sua esposa, dona ELÔISA COSTA MARTINS,  por volta do ano de 1952. Filho de pastor (seu nome era CORNÉLIO MARTINS), Dr. Rubens trouxe a semente de um ideal que iluminava seu coração e contagiava os que o circundavam.

               Veio para cá, em plena década dos Anos Dourados, para aqui exercer o seu trabalho de odontologia. Em 1953, realizou-se um culto na casa do casal Rubens e Elôisa, por ocasião do batizado de sua filha, a LÚCIA HELENA. E depois desse marco inicial, em que a pequena Helena "passou pelas águas do batismo", outros cultos se sucederam.

              Em 26 de Novembro de 1954, com aquele pequeno núcleo cristão expandindo a seiva de uma mensagem renovada no Evangélio Cristão, coincidindo com o falecimento do sogro do Dr. Rubens o Sr. AFONSO COSTA, o Reverendo José Coelho Ferraz, então Pastor da Igreja Presbiteriana Independente de Santa Cruz do Rio Pardo, durante o ofício religioso das exéquias de Afonso Costa, declarou como instalado o trabalho da Igreja Presbiteriana Independente em Ipaussu.

               E a semente foi se expandindo, a seara crescendo sob o sol de uma mensagem fervorosa. Até que, em Agosto de 1956 consagrou-se um recinto próprio para os cultos e pregações. Situava-se o prédio no mesmo local onde encontra-se a Igreja atual, no cruzamento das ruas Cristiano Rodrigues da Silva com a Rua Campos Salles. Mas, posteriormente, o primitivo prédio foi derrubado, dando lugar ao novo templo, que foi inaugurado em 23 de Janeiro de 1977.

Artigo extraído do livro
"MEMÓRIAS DE IPAUSSU"
páginas: 120/121
edição: 1995
de Geraldo Peres Generoso
e Vitório Paiva Maistro


Colaboração do Irmão
ODAIR LOURENÇO






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               OBRIGADO FLÁVIO.